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Maja T., ativista antifascista presa na Hungría

  • Foto do escritor: Red Shosanna
    Red Shosanna
  • 12 de jul.
  • 3 min de leitura
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Nas últimas semanas, realizaram-se ações de apoio a Maja T, uma ativista antifascista não-binárie, que é uma das pessoas acusadas no caso de Budapeste. Maja está em greve de fome desde 5 de junho e foi levada recentemente para um hospital prisional perto da fronteira com a Roménia, apresentando um estado crítico de saúde.


 Maja esta acusada de participar, junto com outros ativistas, de um ataque contra um grupo de neo-nazistas em fevereiro de 2023. O seu país extraditou-a para a Hungria, que a relaciona com o ataque que ocorreu no contexto do "dia da honra", uma comemoração que lembra a tentativa dos húngaros pró-nazis de romper o cerco soviético em 1944.  


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Houve protestos em várias cidades como Berlim, Dresden e Viena. No dia 25 de junho, membros da rede Free Maja interromperam uma sessão do Parlamento da Saxónia, pedindo que o Ministro-Presidente Michael Kretschmer obedecesse a uma decisão judicial, mas ele desdenhou do protesto.


Nos dias 1 e 2 de julho, ocorreram manifestações em frente à Chancelaria da Saxónia, com o Comité de Solidariedade Antifascista de Dresden afirmando que continuarão até que Maja retorne. Ativistas culpam o governo de Kretschmer por facilitar a extradição e por manter relacionamentos com o partido Fidesz da Hungria.


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A extradição de MAJA, realizada pelo Tribunal de Apelação de Berlim e pelo Comité Especial do Departamento de Polícia Criminal do Estado da Saxónia (LKA), foi declarada inadmissível pelo Tribunal Constitucional Federal Alemão poucas horas após a sua execução. A decisão foi mantida em janeiro passado, declarando a sua transferência e prisão na Hungria ilegais. No entanto, nem as autoridades alemãs, nem húngaras fizeram nada até o momento para facilitar o seu retorno à Alemanha, conforme solicitado pela vítima, e, portanto, esta ativista decidiu iniciar uma greve de fome.


Maja não é a única militante antifascista acusada por estes eventos, a deputada italiana Ilaria Salis também foi detida por vários meses, acusada dos mesmos crimes que Maja e outros militantes antifascistas, principalmente alemães. Desde o início das prisões dos primeiros militantes antifascistas, foi lançado o Comité de Solidariedade Antifascista de Budapeste (BASC), uma campanha internacional de solidariedade que relata regularmente o processo e realiza diversas ações em apoio aos presos. Agora, após meses de espera pelo processamento da sua prisão domiciliar preventiva, o pedido foi adiado e Maja retornou à prisão, sem ser condenada, aguardando julgamento. Ela enfrenta um pedido de 24 anos de prisão. Maja foi ao tribunal na Hungria com as mãos e os pés acorrentados. Ela está isolada, sem contacto com outros prisioneiros, há mais de seis meses. Isso vai contra as exigências do Conselho da Europa, que pede pelo menos duas horas de contacto humano por dia. Essa prática é vista como tortura, para causar danos físicos e psicológicos aos prisioneiros. As Nações Unidas também consideram isso nas regras conhecidas como regras Nelson Mandela.


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Na Hungria, além disso, a prisão preventiva, enquanto se aguarda o julgamento, pode durar até três anos.


"Não suporto mais as condições de detenção na Hungria. Durante três meses, a minha cela foi monitorada por vídeo. Durante sete meses, tive que usar algemas constantemente do lado de fora da cela e, às vezes, também dentro dela (...). Os agentes realizam uma inspeção visual da minha cela a cada hora, mesmo à noite, sempre acendendo a luz. Tenho que suportar revistas íntimas, para as quais tenho que me despir completamente. (...). A minha cela está constantemente infestada de percevejos e baratas."


Este é um trecho de uma carta tornada pública em 5 de junho de 2025.

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