Proposta de Governo Gera Polémica ao Impedir Recusa de Trabalho ao Fim de Semana por Pais com Filhos Menores de 12 Anos
- F. Araújo
- 6 de ago.
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Uma nova proposta legislativa apresentada pelo Governo visa alterar as condições de organização do trabalho ao fim de semana e em horário noturno, impedindo que trabalhadores com filhos menores de 12 anos recusem escalas de fim de semana com base na parentalidade, um direito até aqui garantido pela legislação laboral. O objetivo é "garantir equidade na distribuição dos horários entre todos os trabalhadores, independentemente da sua situação familiar", combatendo o que considera uma "sobrecarga crónica sobre os trabalhadores sem filhos" e que as necessidades de serviço poderão prevalecer, desde que respeitados os períodos de descanso legalmente previstos. Em Portugal o artº 138 do Código Penal, considera como abandono de menor deixar crianças com menos de 12 anos sozinhas na habitação. Isto vai potenciar uma grande pressão sócio-económica nestas famílias.
● Todos os serviços que garantem o acompanhamento das crianças durante o dia laboral não tem horários alargados, nem noturnos, nem de fim de semana. A atual proposta do governo não apresenta uma solução para garantir o cuidado das crianças na ausência dos pais.
● Muitas das profissões mais afetadas por esta medida, são profissões de baixo rendimento, tais como empregados de hotelaria e restauração, operários fabris, empregados em supermercados e shoppings. A proposta do governo não vem acompanhada de um suplemento que permita estas famílias procurarem por sua conta cuidado externo às crianças.
● Nem todas as famílias são compostas por dois elementos. Além de haver famílias monoparentais que já têm uma dificuldade acrescida em conciliar a vida laboral com a vida familiar, nem todas têm uma rede de apoio extrafamiliar que lhes permita ter cuidadores para as crianças.

A proposta ainda se encontra em fase de consulta pública e será debatida na Assembleia da República nas próximas semanas. A expectativa é de que partidos à esquerda votem contra a medida, enquanto o Executivo procura garantir apoio suficiente para a sua aprovação com possíveis alterações.
Em conclusão: Um governo de direita e conservador que promove, em teoria, valores familiares, no entanto, continua a fragilizar as famílias mais vulneráveis em prol de continuar a enriquecer as empresas. Traz para a mesa uma proposta que tem um impacto real nas famílias e desenvolvimento das crianças, mas ainda não apresentou soluções para quem vai sofrer as consequências.
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