As incoerências de um governo virado à direita, o exemplo do sector da agricultura
- Unity Raven
- 4 de ago.
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Apesar de os imigrantes representarem 40% da mão-de-obra na agricultura, o setor continua a enfrentar uma falta de trabalhadores. Para tentar resolver este problema, a Confederação dos Agricultores defende um aumento da carga horária semanal de 40 para 60 horas.
Paralelamente, o atual Governo, com o apoio do Chega, está a implementar medidas que dificultam a entrada e a permanência de imigrantes. As novas propostas legislativas, que incluem a criação de um "visto de procura de trabalho qualificado", a recusa automática de visto a quem entrou ilegalmente e novas restrições ao reagrupamento familiar, tendem a agravar a escassez de mão-de-obra, especialmente nos setores que mais dependem dela, como a agricultura.

Além disso, a crise habitacional em Portugal afeta desproporcionalmente os imigrantes, que muitas vezes se veem obrigados a viver em condições precárias. A falta de habitação acessível, exemplificada pelas demolições em bairros como o Talude Militar, torna o país menos atrativo para os trabalhadores estrangeiros, o que poderá intensificar a falta de mão-de-obra em vários setores.
Em suma, a conjugação destas políticas — a tentativa de aumentar a carga horária de trabalho para os portugueses em 50% e a restrição da entrada de imigrantes, que são a principal mão-de-obra de vários setores — pode prejudicar gravemente a agricultura, a hotelaria, a restauração e outros setores e, com eles, a economia nacional. As propostas do atual governo de direita, com o apoio do Chega, parecem estar a criar um cenário que penaliza tanto os imigrantes, que enfrentam mais dificuldades para viver e trabalhar no país, como os próprios portugueses, que podem vir a ser pressionados a aceitar condições de trabalho mais exigentes para compensar a falta de trabalhadores.
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