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Mussolini, a ascensão e a queda

  • Foto do escritor: Unity Raven
    Unity Raven
  • 25 de jul.
  • 3 min de leitura

Benito Mussolini, nascido em 1883, inicialmente um jornalista socialista, divergiu do Partido Socialista Italiano ao defender a entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial em 1914. Essa divergência o levou a fundar o seu próprio movimento, os Fasces de Ação Revolucionária, visando incentivar a participação italiana no conflito. O termo "fasces" remete à Roma Antiga, simbolizando a autoridade do Estado.


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Após a guerra, desapontado com o Tratado de Versalhes e a perceção de uma "vitória mutilada" para a Itália, Mussolini fundou os Fasces Italianos de Combate em 1919. Este grupo paramilitar, focado no combate, buscava mobilizar veteranos para restaurar a glória da Itália. Apesar de uma derrota inicial nas eleições, Mussolini começou a angariar apoio de industriais, empresários e proprietários rurais que temiam o socialismo (semelhante ao que vemos hoje em Portugal, onde as famílias Mello e Champalimaud financiaram o Chega em 2021).

Estes novos aliados financiaram a ala paramilitar do movimento, conhecido como "Camisas Negras". Embora Mussolini se declarasse contra a opressão, os Camisas Negras rapidamente se tornaram notórios pelo uso da violência para fins políticos, aterrorizando socialistas e oponentes. O governo italiano, com aversão similar aos socialistas, fez pouco para conter essa violência.

Mussolini, conhecido como Il Duce, construiu uma reputação de líder forte e autoritário. Em 1921, ele obteve um cargo no parlamento e, no final do mesmo ano, transformou os Fasces Italianos de Combate no Partido Nacional Fascista, que cresceu rapidamente. O governo italiano não conseguiu dissolver o partido, mesmo com o avanço fascista sobre o norte da Itália.

A oportunidade de Mussolini ascender ao poder surgiu no verão de 1922, quando uma greve socialista foi interpretada por ele como prova da fraqueza do governo. Com o apoio de novos adeptos que buscavam lei e ordem, Mussolini decidiu tomar o poder.

A 25 de outubro de 1922, Mussolini ordenou que os seus Camisas Negras marchassem sobre Roma. Embora mal treinados e sem equipamento adequado, a intenção era intimidar o governo (mais uma vez, similar aos grupos de extrema direita em Portugal que em 2023 conduziram treinos militares). Os fascistas ocuparam edifícios governamentais no caminho, e cerca de 30.000 homens aderiram à marcha. O então primeiro-ministro, Luigi Facta, tentou impor a lei marcial, mas o rei Victor Emmanuel III recusou-se a assinar a ordem.

Em protesto, Luigi Facta e o seu gabinete renunciaram. Mussolini, convidado pelo rei para formar um gabinete, viajou de Milão para Roma e, em 30 de outubro, tornou-se primeiro-ministro.

Uma vez no poder, Mussolini rapidamente se tornou um ditador absoluto, limitando os direitos civis e estabelecendo um estado policial. As suas ambições imperialistas levaram a Itália a ocupar Corfu, invadir a Etiópia e, crucialmente, a se aliar com a Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial. Esta aliança resultou na destruição de grande parte da Itália e no assassinato de 8.500 italianos no Holocausto.


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No entanto, a sua ambição foi a sua ruína. A 25 de julho de 1943, Mussolini foi removido do poder e preso pelos seus próprios aliados, com o apoio do rei. Após uma fuga, ele formou um estado-fantoche na Itália ocupada pelos alemães. A 28 de abril de 1945, ao tentar fugir do país, Mussolini foi intercetado e abatido por guerrilheiros comunistas. O seu corpo foi exposto publicamente em Milão, e o ditador foi enterrado numa cova anónima, marcando o fim de seu regime, mas não o legado do fascismo. A história de Mussolini lembra-nos que as ditaduras nascem facilmente em estados democráticos, mas não são facilmente derrotadas e a prevenção será o melhor remédio.



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